quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Guaraná

Sobre o Guaraná Nativo Sateré-Mawé

O Guaraná – que na língua indígena significa “o início de todo o conhecimento” – é cultivado há centenas de anos na Amazônia Brasileira, na região próxima ao Rio Tapajós e Rio Madeira, que corresponde à terra ancestral dos índios Sateré-Mawé. Somente no século XVIII, o Guaraná foi classificado pelo botânico alemão Christian Franz Paullini como Paullinia cupana, variedade Sorbilis.
Os Sateré-Mawé são hoje uma tribo de cerca de 8.000 pessoas que vivem em 80 aldeias no norte do Brasil. Eles não cultivam o guaraná no senso clássico da palavra, seu sistema é melhor descrito como “semi-domesticação”. Coletam as sementes que caem das árvores de guaraná na floresta, e as plantam nas clareiras, onde são aguadas pela chuva e precisam de cuidados mínimos. Na floresta, o guaraná pode crescer até 12 metros. As flores brancas das árvores crescem em longos cachos, com a forma de espigas de milho. Quando amadurece, as flores dão lugar a cachos de frutas vermelhas, que se abrem levemente para revelar a semente preta na poupa branca. O guaraná é colhido imediatamente antes de madurecerem.
Após a remoção da polpa das frutas maduras, as sementes são torradas por três dias em fornos de barro tradicionais. As sementes são então descascadas, trituradas em pilão, moldadas em bastões que pesam entre 100g e 2kg. Estes bastões são embalados em sacos de algodão e colocados nos fumeiros, onde são defumados com madeira aromática.
Para ser consumido, rala-se os bastões usando pedras ásperas de basalto. O guaraná em pó pode ser dissolvido em água, como acontece nos rituais indígenas, ou pode ser diluído em suco de frutas frescas. O extrato do Guaraná é usado para fazer de xaropes, refrescos e bebidas, como o tradicional refrigerante guaraná (que pode ser achado em todo o Brasil).
O guaraná contém até 5% de cafeína e é rico em fósforo, potássio, tanino e outras vitaminas. O guaraná age sobre o sistema nervoso, ajudando a combater a fadiga, a estimular a atividade cerebral e a manter os níveis de energia durante atividades físicas intensas.
O guaraná é também muito importante para a cultura religiosa dos Sateré-Mawé, onde ele tem um papel simbólico similar ao do vinho na liturgia católica.
Os Sateré-Mawé acreditam que a fruta madura se parece com um olho aberto. De acordo com a lenda deste povo, as frutas estão ligadas a uma criança assassinada, cujos olhos, enterrados como sementes, deram origem à planta do Guaraná.
O mel feito de flores de guaraná é menos comum. É produzido por pequenas abelhas silvestres sem ferrão chamadas abelhas canudo. Essas abelhas são responsáveis pela polinização de certa de 80% da flora amazônica desapareceria. Clique para saber mais sobre o Néctar das Abelhas Nativas.

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